Limpar a casa e organizar as coisas também tem um
simbolismo. Os orientais costumam dizer que uma casa cheia de tranqueiras atrai
energias ruins e atraso de vida.
Mas é claro! Não preciso pensar muito para cair na real sobre
isso, afinal, quem não fica mega nervoso quando precisa encontrar as chaves do
carro e elas simplesmente sumiram do mapa? Ou quando você precisa urgentemente
daquele documento indispensável para resolver um problema e não faz ideia em
qual pasta ele foi guardado? Ou quando aquela blusa que combina perfeitamente
com a calça nova está desaparecida na montanha de roupas que virou seu
guarda-roupa...
Organizar as coisas tem um teor terapêutico. Apesar de ser
chatíssimo, vamos combinar, limpar o guarda-roupa e as prateleiras podem trazer
muitas surpresas.
Retirar os cadernos antigos da estante pode revelar páginas
e mais páginas de redações antigas, mostrando o quanto você passou a escrever
melhor. A caixinha de cartões pode estar guardando uma carta que você recebeu e
nem lembrava mais, de uma amiga que j-u-r-a-v-a de pés juntos que nunca ia se
afastar e que vocês seriam amigas para sempre. O livro antigo que você nunca
mais leu pode conter trechos e trechos grifados quando você ainda era
adolescente e precisava ler exatamente aquilo. Uma folha solta no meio de um
monte de papel pode conter a declaração de amor que você estava ensaiando dizer
para aquele menino por quem era loucamente apaixonada e hoje em dia nem
sabe onde ele está.
Você retira as coisas, toca as memórias fisicamente
presentes, para por alguns instantes, relembra... sente saudades, sente alívio,
sente alegria, tristeza. Recolhe tudo e guarda novamente, para olhar de novo
algum outro dia.
Arrumação virtual também acontece. Você deleta arquivos
antigos, encontra conversas do MSN perdidas, filmes e músicas que você nem
gosta mais e fotos... muitas e muitas fotos. Da praia com a família, da sua avó
sorrindo em Holambra, da melhor amiga virando uma panqueca no café da manhã,
dos amigos da faculdade e, de comida. Pratos que você preparou e nem lembrava
mais. Coisinhas deliciosas e outras que você não fará de novo. Não é o caso
desse cheesecake de amoras, preparado no Natal de 2010 (!!!). Ele é do tipo das
lembranças que você sempre guarda e revisita quando tem vontade.
(rende 10 fatias)
Ingredientes
1 lata de leite condensado
500g de cream cheese
250g de creme de leite fresco
1 pacote de gelatina incolor e sem sabor
¼ de pacote de bolacha maisena
250g de creme de leite fresco
1 pacote de gelatina incolor e sem sabor
¼ de pacote de bolacha maisena
4 colheres (sopa) de margarina derretida
2 xícaras (chá) de geleia de amora (eu mesma fiz a minha)
2 xícaras (chá) de geleia de amora (eu mesma fiz a minha)
Preparo
Em uma tigela, coloque o leite condensado e o cream cheese amolecido. Misture o leite condensado e o cream cheese até ficar um creme homogêneo. Hidrate a gelatina conforme as instruções do pacote.
Quebre as bolachas, coloque-as no liquidificador e triture
até ficarem bem moídas. Em uma tigela pequena, misture o farelo das bolachas
com a margarina, até formar uma massa (se ficar muito "seca", coloque
um pouco mais de margarina). Modele a massa na base de uma forma redonda
antiaderente e que solte as laterais.
Incorpore a gelatina dissolvida ao creme, mexendo sem parar
até que volte a ficar homogêneo. Distribua o creme do cheesecake na forma. Leve
a forma ao freezer até que a superfície esteja firme.
Quando o chessecake estiver firme, cubra-o com a geleia e
deixe na geladeira até a hora de servir. Depois é só soltar as laterais da
forma e pronto! A sobremesa está pronta, linda e deliciosa! (Eu decorei as
laterais do meu com chantilly no bico de confeiteiro).
Um comentário:
Chamou a minha atenção a sua menção à declaração de amor. Tenho a impressão que costumamos fazer isso bem menos do que deveríamos.
Parece-me que declaramos mais guerras, ou Imposto de Renda, do que amor àqueles que gostamos.
Quem é especial pra gente precisa saber disso.
Essa declaração pode ser ao vivo, por telefone, pelo Facebook, SMS, serenata, uma folha solta, como no seu texto, papel de bala (lembra das Freegells?) ou um cheesecake, como o que você nos ensinou a preparar. Aliás, cozinhar pra alguém é uma autêntica declaração de amor.
Muito bom o post. Trouxe boas memórias!
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