terça-feira, 22 de outubro de 2013

Memórias e um cheesecake perdido

Limpar a casa e organizar as coisas também tem um simbolismo. Os orientais costumam dizer que uma casa cheia de tranqueiras atrai energias ruins e atraso de vida.

Mas é claro! Não preciso pensar muito para cair na real sobre isso, afinal, quem não fica mega nervoso quando precisa encontrar as chaves do carro e elas simplesmente sumiram do mapa? Ou quando você precisa urgentemente daquele documento indispensável para resolver um problema e não faz ideia em qual pasta ele foi guardado? Ou quando aquela blusa que combina perfeitamente com a calça nova está desaparecida na montanha de roupas que virou seu guarda-roupa...

Organizar as coisas tem um teor terapêutico. Apesar de ser chatíssimo, vamos combinar, limpar o guarda-roupa e as prateleiras podem trazer muitas surpresas.

Retirar os cadernos antigos da estante pode revelar páginas e mais páginas de redações antigas, mostrando o quanto você passou a escrever melhor. A caixinha de cartões pode estar guardando uma carta que você recebeu e nem lembrava mais, de uma amiga que j-u-r-a-v-a de pés juntos que nunca ia se afastar e que vocês seriam amigas para sempre. O livro antigo que você nunca mais leu pode conter trechos e trechos grifados quando você ainda era adolescente e precisava ler exatamente aquilo. Uma folha solta no meio de um monte de papel pode conter a declaração de amor que você estava ensaiando dizer para aquele menino por quem era loucamente apaixonada e hoje em dia nem sabe onde ele está.

Você retira as coisas, toca as memórias fisicamente presentes, para por alguns instantes, relembra... sente saudades, sente alívio, sente alegria, tristeza. Recolhe tudo e guarda novamente, para olhar de novo algum outro dia.

Arrumação virtual também acontece. Você deleta arquivos antigos, encontra conversas do MSN perdidas, filmes e músicas que você nem gosta mais e fotos... muitas e muitas fotos. Da praia com a família, da sua avó sorrindo em Holambra, da melhor amiga virando uma panqueca no café da manhã, dos amigos da faculdade e, de comida. Pratos que você preparou e nem lembrava mais. Coisinhas deliciosas e outras que você não fará de novo. Não é o caso desse cheesecake de amoras, preparado no Natal de 2010 (!!!). Ele é do tipo das lembranças que você sempre guarda e revisita quando tem vontade.



Cheesecake de amora
(rende 10 fatias)

Ingredientes
1 lata de leite condensado
500g de cream cheese
250g de creme de leite fresco
1 pacote de gelatina incolor e sem sabor
¼ de pacote de bolacha maisena
4 colheres (sopa) de margarina derretida
2 xícaras (chá) de geleia de amora (eu mesma fiz a minha)



Preparo

Em uma tigela, coloque o leite condensado e o cream cheese amolecido. Misture o leite condensado e o cream cheese até ficar um creme homogêneo. Hidrate a gelatina conforme as instruções do pacote.

Quebre as bolachas, coloque-as no liquidificador e triture até ficarem bem moídas. Em uma tigela pequena, misture o farelo das bolachas com a margarina, até formar uma massa (se ficar muito "seca", coloque um pouco mais de margarina). Modele a massa na base de uma forma redonda antiaderente e que solte as laterais.
Incorpore a gelatina dissolvida ao creme, mexendo sem parar até que volte a ficar homogêneo. Distribua o creme do cheesecake na forma. Leve a forma ao freezer até que a superfície esteja firme.

Quando o chessecake estiver firme, cubra-o com a geleia e deixe na geladeira até a hora de servir. Depois é só soltar as laterais da forma e pronto! A sobremesa está pronta, linda e deliciosa! (Eu decorei as laterais do meu com chantilly no bico de confeiteiro).



Um comentário:

João disse...

Chamou a minha atenção a sua menção à declaração de amor. Tenho a impressão que costumamos fazer isso bem menos do que deveríamos.

Parece-me que declaramos mais guerras, ou Imposto de Renda, do que amor àqueles que gostamos.

Quem é especial pra gente precisa saber disso.

Essa declaração pode ser ao vivo, por telefone, pelo Facebook, SMS, serenata, uma folha solta, como no seu texto, papel de bala (lembra das Freegells?) ou um cheesecake, como o que você nos ensinou a preparar. Aliás, cozinhar pra alguém é uma autêntica declaração de amor.

Muito bom o post. Trouxe boas memórias!